UVA e UVB: qual é a diferença?

UVA e UVB: qual é a diferença?

atualizado em publicado em 15 de outubro de 2020 nenhum comentário CIÊNCIA
Tempo de leitura: 5 minutos

Filtro solar – de manhã até o pôr do sol – é indispensável.

A gente já falou aqui no blog sobre o quanto a radiação solar agride a pele e deu dicas para escolher o protetor ideal. E hoje eu vou explicar as duas principais formas de radiação que existem: a radiação UVA e a radiação UVB. Vamos lá?

UVB

A radiação UVB é a responsável por aquela queimadura imediata que deixa a sua pele vermelha e ardida depois de algumas horas de praia.

Ela é mais forte das 10h às 16h e induz mutações genéticas que podem levar ao desenvolvimento do câncer de pele.

A proteção contra os raios UVB é o FPS, ou seja, fator de proteção solar do filtro solar. Um FPS 30, por exemplo, significa que você levaria 30 minutos para receber a radiação que receberia se estivesse sem protetor por 1 minuto.

UVA

Já a radiação UVA está em todos os lugares, do nascer ao pôr do sol, seja de maneira direta ou refletida, mesmo nos dias chuvosos. Ela é responsável por 95% dos raios solares que não apenas atingem nossa pele diretamente, mas também aqueles que entram pela janela.

A radiação UVA ativa enzimas que degradam o colágeno da pele – daí aparecem as rugas. Essa radiação é responsável pelo temido fotoenvelhecimento, podendo deixar a pele com uma aparência mais “grossa”, que é uma maneira da pele se defender da agressão UV.

Como se proteger?

No Brasil, os filtros solares são obrigados a oferecer proteção UVA e UVB. O fator de proteção UVB é o fator informado no rótulo. Já o fator de proteção UVA, quando não é informado pelo fabricante, precisa por lei oferecer em proteção UVA no mínimo 1/3 da proteção UVB.

Por exemplo: um filtro FPS 30 tem um fator de proteção UVA de 10 (no mínimo). O fator de proteção UVA também é chamado de PPD.

Essa é uma das principais diferenças entre filtros solares e produtos COM filtro solar. Produtos com filtro solar, a exemplo dos hidratantes, normalmente só oferecem proteção UVB, o que tira a sensação de calor e queimadura da pele, fazendo com que a pessoa tenha a falsa sensação de estar protegida, pois ao final do dia, não estará com a pele avermelhada ou com sinais de exposição solar. Mas a ausência de proteção UVA também é perigosa e trará danos cumulativos à pele.

Produtos bronzeadores com FPS 2 ou 4 têm esse fator de proteção mínimo que tira a sensação de ardência e queimação da radiação UVB, sem oferecer proteção UVA, afinal, ela é a responsável pelo bronzeamento tardio (e também por todos os problemas que vêm junto com ele).

Quando os primeiros filtros solares foram lançados, eles praticamente não tinham proteção UVA, o que fazia com que as pessoas estivessem protegidas contra insolações e queimaduras solares, e acabassem ficando ainda mais tempo expostas ao sol. A longo prazo, essas pessoas, que tinham a falsa sensação de proteção oferecida por um filtro solar apenas UVB, tiveram uma incidência maior de câncer de pele.

Isso pode levar a uma falsa interpretação de que o uso do filtro solar aumentou a incidência de câncer de pele ao longo do tempo. O que na realidade ocorreu, historicamente, foi que as pessoas, protegidas apenas contra 5% da radiação UV, começaram a se expor mais ao sol pensando estarem protegidas, enquanto 95% da radiação UV, na forma de UVA, continuava danificando o DNA de suas células e degradando o colágeno da sua pele.

Infelizmente o dano da radiação UVA não aparece antes de 10 ou 20 anos de exposição contínua (ao contrário da radiação UVB, que provoca queimaduras quase que imediatas).

E as luzes artificiais?

Muito se fala delas, mas há poucos trabalhos publicados relacionados à transmissão de raios UV pelas fontes de luz artificiais.

A quantidade de UVA e UVB emitidas por lâmpadas de uso comum é muito pequena e totalmente bloqueada pela película protetora presente nos invólucros de vidro das lâmpadas.

Apesar de não emitirem raios UV, as lâmpadas são fontes emissoras de luz visível e apresentam variações dentro do espectro eletromagnético que pode afetar indivíduos com outras doenças da pele, como o melasma, por exemplo, a depender muito da intensidade e frequência da exposição.

De qualquer forma, é importante ressaltar que não há qualquer relação entre a exposição às lâmpadas artificiais comuns em residências e escritórios e o câncer de pele.

Por fim, a luz visível

Ela é a porção da radiação eletromagnética visível ao olho humano e representa cerca de 40% de toda a radiação solar que alcança a superfície da Terra. Seus efeitos sobre a pele têm sido bastante estudados.

Os investigadores já concluíram que a resposta de pigmentação persistente proporcionada pela luz visível é significativamente menos intensa que a induzida pelos raios UV. Mas eles também já evidenciaram que a pigmentação PODE ser induzida pela luz visível.

A Luz visível também parece contribuir para a produção dos radicais livres. E apesar de fontes artificiais emitirem luz visível, não há estudos que demonstrem que a dose recebida seja suficiente para levar aos efeitos listados.

REFERÊNCIAS

1. Sayre RM, Dowdy JC, Poh-Fitzpatrick M. Dermatological risk of indoor ultraviolet exposure from contemporary lighting sources. Photochem Photobiol. 2004;80:47-51.

2. Klein RS, Werth VP, Dowdy JC, Sayre RM. Analysus of compact fluorescent lights for use by patients with phtosensitive conditions. Photochem Photobiol. 2009;85:1004-10.

3. Sklar LR, Almutawa F, Lim HW, Hamzavi I. Lim and Iltefat Hamzavi. Effects of ultraviolet radiation, visible light, and infrared radiation on erythema and pigmentation: a review. Photochem Photobiol Sci. 2013;12:54-64.

4. Mahmoud BH, R-UVolo E, Hexsel CL, Liu Y, Owen MR, Kollias N, et al. Impact of long-wavelength UVA and visible light on melanocompetent skin. J Invest Dermatol. 2010;130:2092-7.

5. Ramasubramaniam R, Roy A, Sharma B, Nagalakshmi S. Are there mechanistic differences between ultraviolet and visible radiation induced skin pigmentation? Photochem Photobiol Sci. 2011;10:1887-93.

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