O sol é maravilhoso, mas pode queimar. Parece óbvio, né? Mesmo assim, muita gente ainda não tem o hábito de usar protetor solar no Brasil, um país tropical. De acordo com dados da Campanha Nacional do Câncer de Pele realizada em dezembro pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de 60% dos brasileiros não usam protetor solar no dia a dia.
O problema é que a exposição excessiva aos raios UV é fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. Mas não para por aí. A longo prazo, o fotoenvelhecimento é outra consequência. A curto prazo, podem ocorrer eritemas, espessamentos, manchas… Ou seja: é melhor prevenir do que remediar. Por isso, como dizia o Pedro Bial, use filtro solar!
Como escolher o protetor solar ideal?
Os protetores solares começaram a ser formulados em 1928, mas, de acordo com o Consenso Brasileiro de Fotoproteção publicado nos Anais Brasileiros de Dermatologia, esses produtos só passaram a ser produzidos comercialmente na década de 70, quando ficaram populares. De lá pra cá, surgiram muitas possibilidades de fórmulas.
Como escolher a sua? Ajuda, Luiz Romancini?
Proteção
No Brasil, os protetores solares precisam passar pela ANVISA. O órgão se certifica de que o produto é adequado, e só então ele pode ser comercializado. Isso facilita bastante as coisas para nós, consumidores, mas também é legal verificar no rótulo se o produto é fotoestável e se oferece proteção UVA e UVB.
“A diferença dos protetores mais baratos para os mais caros está, em geral, nos ativos adicionados à fórmula, como hidratantes e antioxidantes”, explica o médico especialista em dermatologia Luiz Romancini. E isso é totalmente opcional. Mas se você vai à praia ou pretende praticar esportes, opte por produtos resistentes à água.
Quanto ao fator de proteção solar (FPS), a Academia Americana de Dermatologia, desde 2009, recomenda o uso de protetores solares com FPS acima de 30.
Preço
“É melhor a pessoa escolher um filtro que ela possa comprar na frequência necessária e aplicar na quantidade ideal”, diz Luiz. “Não adianta comprar um filtro ótimo e ficar com dó de usar. Então, faça uma triagem pelo preço.”
Lembrando que um filtro solar de 30g dura, em média, um mês. Faça as contas! Se você só puder comprar um protetor corporal, que é mais barato e vem mais produto, não tem problema.
Textura
Outro ponto interessante é a pessoa se sentir confortável com o produto que está usando. Existem protetores que fazem o controle da oleosidade da pele, por exemplo. Então, conheça o seu tipo de pele e leia as indicações nos rótulos – é o melhor caminho!
Proteção contra a luz visível
Existe também uma coisa chamada luz visível: aquela que tem ondas que podemos enxergar, ao contrário dos raios UVA e UVB. “Uma coisa que a gente não sabe é o quanto é necessário proteger a pele da luz visível. É uma discussão que está em aberto”, aponta Luiz.
“A única coisa que bloqueia a luz visível é anteparo com cor, independente de ser filtro solar ou não. A maquiagem bem opaca também protege”, afirma o profissional. “Mas se você tem melasma ou doenças desencadeadas por radiação ou calor, vale a pena investir num filtro solar com cor.”
Como aplicar corretamente?
“Gosto de frisar a questão do FPS. Se o FPS é 30 e você passa a metade da quantia necessária de produto no rosto, fica bem pouco protegido”, fala Luiz. A dica do especialista é passar o filtro, esperar secar e aplicar outra camada por cima. “É a melhor forma de garantir o FPS indicado no rótulo.”
Também é preciso reaplicar o produto pelo menos uma vez por dia, da mesma forma. Combinado?
Atenção ao horário!
Mesmo se protegendo, a SBD não recomenda a exposição ao sol no período entre 10h e 15h. Procure uma boa sombra. “A depender da época do ano (verão) e da localidade da exposição, deve-se considerar um período ainda maior de restrição ao sol”, indica o órgão. Por exemplo: na região Nordeste do Brasil, que é mais quente, a restrição começa às 9h.
Ácidos, quando expostos ao sol, queimam a pele?
“Não é a reação do sol com o ácido que queima a pele. Isso acontece com algumas substâncias fototóxicas, como o limão, mas não com o ácido”, esclarece Luiz.
O que acontece, então?
“O ácido deixa a pele com uma camada mecânica mais fina, então os raios de sol penetram mais fácil. Por isso, quando você está usando ácidos, o filtro solar fica ainda mais indispensável”, finaliza.
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