Com o passar dos anos, o metabolismo fica mais lento, a síntese de colágeno e elastina diminui e a derme, como tudo em nosso corpo, muda significativamente. Por isso, a pele madura passa a exigir cuidados ainda mais especiais para permanecer saudável e radiante.
Conversei com a médica dermatologista Ana Carolina Peters Nogueira para tirar as principais dúvidas sobre esse tipo de pele e mostrar o que não pode faltar na sua rotina de skincare. Vamos lá?
Quando a pele é considerada madura?
Geralmente, isso ocorre entre os 40 e 50 anos. Nas mulheres, a chegada da menopausa é um marco importante, pois é quando acontecem as maiores transformações no organismo e na pele, devido às alterações hormonais e menor capacidade de repor proteínas importantes. “O estrogênio está ligado à renovação celular. Durante a menopausa, sua produção cai, diminuindo a síntese de colágeno e elastina, o que resulta no afinamento da pele e sinais de envelhecimento”.
As maiores mudanças podem ser encontradas na camada dérmica da pele, que fica logo abaixo da camada epidérmica (superior). A dermatologista ressalta que a pele madura não é definida apenas pela idade, mas também pelo estilo de vida de cada um, o que pode ter um efeito prejudicial na derme. “No geral, é uma pele mais fina, com menos fibras colágenas e elásticas, renovação celular lenta, menos glândulas e células imunes. A função de barreira protetora também é comprometida, devido a diminuição da secreção sebácea”.
Características
Os sinais clássicos da pele madura são rugas demarcadas, flacidez, manchas solares, ceratoses, aspecto menos viçoso, ressecamento, telangiectasias (pequenos vasos avermelhados) e coloração mais amarelada.
Ana Carolina explica: ”O processo inicial de envelhecimento normalmente surge com heterogeneidade na cor, com ou sem rugas aos movimentos. No decorrer do tempo, as rugas ficam demarcadas ao redor dos olhos, da boca, na fronte, nas proeminências malares, entre outros”.
A face madura ainda apresenta achatamento das maçãs do rosto, marcação das olheiras, queda da sobrancelha e da ponta nasal, alongamento das orelhas, queixo e nariz, perda de volume na testa, nas têmporas, queixo e do contorno facial. “Ou seja, ocorre a perda do aspecto de curvas da juventude, ocasionada pela falta e/ou redistribuição de gordura, remodelamento ósseo e muscular. Além disso, as assimetrias ficam mais evidentes”, diz.
Como cuidar da pele madura?
O passo a passo é o mesmo praticado ao longo dos anos: higienização, hidratação e proteção, todos de acordo com a necessidade individual. O demaquilante se faz necessário com o uso da maquiagem. O que muda é que a rotina de skincare da pele madura engloba, quase obrigatoriamente, rituais diurnos e noturnos com produtos que atendam às suas necessidades. É preciso ainda mais disciplina com os cuidados diários para manter a cútis saudável e renovada.
Uma hidratação reforçada e protetor solar com FPS 30 ou superior são indispensáveis para a pele madura. A Dra. Ana Carolina conta que o hidratante pode ser associado a outros ativos, como ácidos e antioxidantes.
“Os ácidos podem melhorar o viço, diminuir o tamanho dos poros, atenuar linhas finas, auxiliar no tratamento de manchas, estimular a produção de colágeno e uniformizar o tom e a textura. Eles devem fazer parte da rotina de maneira não invasiva, respeitando as limitações de cada pele e indicações médicas. O uso prolongado de esfoliantes químicos acelera a renovação celular, promovendo uma série de benefícios à aparência da pele madura. Além da face, eles devem ser aplicados no pescoço, no colo, nas mãos e antebraços”.
Para isso, a dermatologista indica o ácido glicólico, ácido mandélico, ácido lático, entre outros. A vitamina C e suas derivadas são excelentes antioxidantes para proteger e recuperar a vitalidade da pele madura. “Procurar o entendimento do processo de envelhecimento e o conhecimento dos ativos que se usa na rotina de cuidados favorece a adesão ao tratamento. Uma boa consulta com um especialista também é fundamental”, destaca.
Xô, manchas!
As manchas, muito comuns na pele madura, causam um grande desconforto. A melhor forma de evitá-las é fazer o uso diário do protetor solar, que também previne o envelhecimento precoce. Se ao longo da vida a exposição ao sol foi feita sem proteção e agora o seu objetivo é o clareamento das hiperpigmentações, Ana Carolina dá a dica: “A vitamina C pode ajudar, pois também atua como clareadora. Outros ativos recomendados são o alfa-arbutim, niacinamida e mais recentemente o ácido tranexâmico. O uso é melhor orientado em consulta médica”.
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